quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vida nova, nova vida


Na agonia do deserto
Em que me encontro
Escuto o silêncio apenas
Interrompido pelos uivos do vento
O sol castiga a imensidão que o meu olhar alcança.
Cega-me a luz
Corta-me o vento.
O firmamento não tem fim,
Ai de mim, ai de mim.
Quem sou eu nesta loucura sem fim?
O calor me derrete
O frio me congela
Isso é vida?
Os meus gritos são apenas murmúrios sem eco
Quem me ouve não me escuta.
O tempo passa, passa e não passa.
Tudo está parado.
Aos poucos aceito a situação, fazer o quê?...
Fazer o quê?
E se eu cantar?
Não é sempre o que me acalma?
Então o encanto em que me encontro aos poucos se dissipa...
Não abro a boca, mas escuto o meu canto...
Envolve-me a ilusão de não estar só...
Deixo para trás o desamparo e me largo...
A areia faz-se meu colchão.
Aconchego-me e aguardo.
Não vai demorar.
Já posso sentir quem veio me buscar.
Doce alívio. Ternura imensa.
Compaixão dos que nada esperam
Dos que apenas doam.
“Bom descanso”- me dizem.
Entrego-me confiante e segura.
Aqui não é mais o meu lugar.

09/09/09

2 comentários:

Unknown disse...

Muito Bom

urzedomonte disse...

Só você! Bjo no seu coração....