quinta-feira, 16 de julho de 2009


As estações

Ao longe persigo a bruma,

Senhora do meu segredo

Como caixa de Pandora,

Senhora, minha senhora,

Esposa minha,

Meu degredo.

Ao longe os ventos me lembram

O profundo de mim,

Qual folha caída

Em rubro Outono,

Rasgando o ventre da terra

Acesa pelo calor tardio,

Em espera do vento frio

Que o Inverno carrega.

Lamentos, só lamentos.

O tempo não muda.

E, então, a alvorada explode

Em manhã de Primavera.

Ainda as violetas se escondem

No verde das suas folhas.

Logo as roseiras majestosas,

De todos os cheiros,

De todas as cores.

Brilham, perfumam

Embelezam...

O Verão que as acorda.

Delfina 16/07/2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Minha luta

Com passos apressados corro

Acompanhando a ansiedade

Senhora da minha confusão.

Às margens do esquecimento

Descanso meus pés descalços,

Exauridos, flutuantes,

Sem embargo, sem noção.

O cume do sonho impossível

Impassível ao meu suor

Olha mais para o alto

Ignorando a minha dor.

Na falta de energia

Esmoreço, recobro as forças,

Desisto. Está tão longe...

E o abandono, senhor absoluto

Da minha luta,

Escarnece com os ventos.

O sopro do inimigo empurra-me

Encosta abaixo...

Oh, desalento meu!

Tudo escurece. Melhor assim,

Escuto mas não vejo a felicidade do vencedor.

Permaneço quieta.

O silêncio é trovão

Aquietado pela voz da esperança.

“Chegaste no fundo...

Não há como descer mais...

Respira fundo, estou aqui.

Levanta, recomeça a subida.”

Como se a voz movesse meu corpo,

Recomeço. A principio, devagar.

Depois já fortalecida pela voz amiga,

Subo retomando meu destino

Sem pressa. No meu tempo.

Mas confiando.