terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Desassossego

Com o crepúsculo, alimentado pelo aroma sedutor das rosas do meu modesto jardim, chega o meu encontro comigo.
Encontro que, adiado não resolvido, aguarda respostas para o desassossego que rege meus dias.
Me vejo seca de energia, respingando dor.
Uma voz constante ecoa nos meus ouvidos loucos…-não é para tanto, não é para tanto- e faço-me de surda. Finjo que durmo, não é comigo.
Dentro de mim a zanga mistura a culpa, e eu bebo o coquetel do desconforto.
Anos de solidão, dos quais não queixo, labuta incessante que mantem meu ser em riste. Tantos perto, e, tão longe me encontro.
Quem pode estar comigo? Eu, só eu posso. Não se divide o que se sente.
Quem me entende não me entende. Finjo que entende. Faz bem para a alma de quem entende.
Me recolho para outro lugar, outro tempo, onde me encontro e ninguém me encontra.
E, meu desassossego continua eterno.

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